Nós Somos Contra e Você?
sexta-feira, 16 de setembro de 2011
Dependência de Redes Sociais Virtuais
Não é difícil concordar com a omnipresença da utilização “viciante” do fenómeno das Redes Sociais, como fazendo parte da nossa vida diária. Alguns podem argumentar que as redes sociais fazem parte integrante da vida diária, tal como o microondas e programas de processamento de texto, e que estas não podem ser intitulados como “viciantes”, mas sim apenas como uma outra ferramenta da vida quotidiana do século XXI. Contudo, assim como a paixão “novata” do uso do e-mail e navegação na Internet levou a uma preocupação da sociedade sobre “Vício na Internet” ou a utilização patológica da Internet, o fenómeno das redes sociais abriu as portas para que pessoas ou grupo de pessoas tenham exposição pública constante, que permite um reforço forte ao exibicionismo, voyeurismo, narcisismo, e/ou interacção com o comportamento de busca de reconhecimento, muitas vezes todas em combinação.
A MELHOR RECEITA PARA O VÍCIO
Adicionar à componente de escrita a possibilidade de postar fotos e vídeos, jogos de psicologia popular, jogos da cultura popular e testes (“aplicações”), seguir, a cada movimento as decisões que se tomam, um sentimento e pensamento aleatório de todos os usuários em inúmeras redes, e também manter uma homepage/mural para que todos possam ver e visitar, esta é sem dúvida a melhor receita possível para o vício relativamente significativo, uma vez que preenche uma grande e “normal” parte das vidas de cada um de nós. Quer se trate de mais um “vício” tal como dizer “sou viciado em sorvete”, ou falar, ler, jogar online ou ver televisão em excesso (na medida em que interfere com outras medidas necessárias e/ou “saudáveis” de comportamento), é sem dúvida uma avaliação e escolha individual.DISPONIBILIDADE 24 HORAS POR DIA, 7 DIAS POR SEMANA
É só uma questão de tempo, até que um grande número de usuários possa cair nas atracções de uma rede social 24/7, com tantas coisas maravilhosas para oferecer, uma casa entre amigos e aplicativos compartilhados (aka jogos, quizzes, tipos de personalidade “testes”, prémios, presentes e “disparates de todo o tipo”) para não falar de risos e comentários de partilha criativa através de fotos, gráficos, vídeos e muito mais. Necessita de mais provas para acreditar na difusão abismal do Facebook? Se você tiver uma conta no Facebook, por certo já saberá: amigos reais e imaginários, conhecidos f2f e on-line, os amigos da escola do passado, ex-cônjuges, os líderes militares, até mesmo o presidente dos Estados Unidos, todos apreciam o poder de ter uma presença no Facebook. Este acaba por ser muito mais prometedor do que o Second Life, talvez por causa da facilidade de uso e deslumbramento da novidade.
DEDICAÇÃO, MOTIVAÇÃO E ENERGIA
A coisa mais surpreendente é que, tal com os celulares, ninguém parece notar a grande quantidade de tempo e energia que as pessoas estão dedicando ao Facebook, no trabalho, em casa, e agora também enquanto estão a viajar. É um dado confirmado a força que o Facebook e Twitter têm na vida de cada um de nós. A televisão, essa máquina comercial apresenta nas suas despedidas finais o convite aos telespectadores para acompanhar via Facebook ou Twitter as novidades ou a sequência dos reality shows. Mais e mais links aparecem em páginas da web a convidar “compartilhamento” no Facebook ou feeds, RSS ou Twitter. Estamos todos conectados, VIVA.
TENTÁCULOS PODEROSOS
Ninguém está imune a esta realidade instalada e instituída que cresce desmedidamente todos os dias. Usuários esporádicos, usuários profissionais, usuários viciados, e usuários (como eu), que ajudam os dependentes, estamos todos no mesmo barco. Podemos todos, e de igual forma, vir a sofrer desta nova realidade, à qual podemos não nos conseguir adaptar de forma saudável e funcional. Incorremos todos num grande risco de sofrer do uso desmedido destas novas formas de comunicação e exposição. Deveremos ter todos um cuidado acrescido, dado que as características destas redes, foram pensadas para “agarrar” ao máximo os seus utilizadores. Muitos são os reforços existentes no facebook, e nós seres humanos somos muito susceptíveis a criar caminhos que nos reforcem, nos incentivem, nos apoiem, nos reconheçam, e acima de tudo que possamos ser o centro das atenções.AUTO-POPULARIDADE
Cada um de nós tem oportunidade de criar a sua plataforma pessoal de imediatismo, de popularidade e de “tempo de antena” a toda a hora e em qualquer lugar. Estão assim reunidos os ingredientes “perfeitos” para o forte hábito de utilização deste tipo de redes. Cada um de nós deve estar atento aos seus comportamentos de uso, para que não se torne num hábito destrutivo, incapacitante e viciante. Para o melhor e para o pior, como muitas ferramentas da Internet, isto pode ser uma oportunidade e desafio, e para muitos pode ser fácil encontrar uma combinação perfeita. Diferentes faixas etárias focam-se em diversas atividades importantes, é claro, os alunos muitas vezes partilham problemas sobre as suas opiniões ou curiosidades sobre colegas, assim como vídeos e fotos criativas de auto-afirmação ou resultados de questionários, alguns adultos verificam de vez em quando ou só quando notificado pelas mensagens recebidas (a caixa de entrada ou no mural), outros ainda, invariavelmente, postando várias mensagens por dia relacionadas com as atividades mundanas da vida diária, ou estados de sentimento do momento.O vício do Facebook, parece-me ter o maior auto-reforço de todos os cenários, reforçado através de imediatismo, aclamação, intimidade, experiência partilhada, criatividade e a capacidade de ser o capitão do navio com total e completo controlo sobre a sua homepage.
Obviamente, grande parte das atividades online são muito envolventes, e também, igualmente bastante saudáveis. Como a maioria das atividades, a moderação e a integração são fundamentais. Aqueles que podem seriamente avaliar o grau do problema e tratar/minimizar com clareza este tipo de dependência comportamental, precisam usar o contexto para determinar se um comportamento se tornou comprovadamente prejudicial, seja no seu trabalho em geral, na sua vida social ou na eficácia das suas relações interpessoais.
VOCÊ SOFRE DE DEPENDÊNCIA DO FACEBOOK?
A primeira coisa é a tolerância. Isto refere-se à necessidade de aumentar a quantidade de tempo no Facebook para alcançar a satisfação e/ou efeito significativamente diminuído com o uso continuado da mesma quantidade de tempo. Ter várias janelas abertas no Facebook a qualquer momento.Um crescente corpo de pesquisa na área da dependência sugere que a “Desordem de Dependência da Internet” está a tornar-se um problema real, é um distúrbio psico-fisiológico que envolve a tolerância, sintomas de abstinência, distúrbios afetivos e interrupção das relações sociais. O mais comum é a “Desordem de Dependência do Facebook”.
Para que preencha alguns critérios que possam indicar uma possível “Desordem de Dependência do Facebook”, uma pessoa tem de se identificar com um conjunto de itens. Pelo menos 2 ou 3 dos 6 seguintes critérios devem estar presentes em qualquer momento durante um período de 6-8 meses:
PRECAUÇÃO E CUIDADO NAS AVALIAÇÕES
- A primeira coisa é a tolerância. Isto refere-se à necessidade de aumentar a quantidade de tempo no Facebook para alcançar a satisfação e/ou efeito significativamente diminuído com o uso continuado da mesma quantidade de tempo. Ter várias janelas abertas no Facebook a qualquer momento.
- Após a redução do uso do Facebook ou cessação, causa sofrimento ou prejudica o funcionamento social, pessoal ou profissional. Isto provoca-lhe ansiedade, pensamento obsessivo sobre o que está escrito no mural do Facebook, etc.
- Atividades sociais ou recreativas importantes são muito reduzidas e/ou migraram para o Facebook. Em vez de enviar um e-mail, você deixa uma mensagem na página de seu amigo sobre a anulação de um almoço marcado. você pára de atender o telefone à sua mãe, familiares e amigos e insiste que eles devem contatá-lo através do chat do Facebook.
- Você contacta mais a sua namorada no Facebook, e marca encontros virtuais com ela. Você começa a fazer o perfil do seu animal de estimação no Facebook .
- A sua página de favoritos leva 20 minutos para percorrer de cima para baixo ou 8 de 10 pessoas na sua lista de amigos, você não tem ideia de quem eles são.
- Quando você conhece pessoas pela primeira vez, termina a conversa da seguinte forma: “vejo você no Facebook.
Como todos nós gastamos mais e mais tempo online, não podemos certamente pensar que grande parte dos comportamentos sejam considerados como um vício ou perturbação. Este é ainda um fenómeno recente que carece de mais estudos e investigações, assim como de abordagens de tratamento adequadas às queixas e disfunções futuramente apresentadas pelos usuários. Não se pode ainda considerar de forma assumida pela comunidade cientifica que existe a Desordem de Dependência da Internet ou Desordem de Dependência do Facebook/Twitter. Eu também não tenho uma resposta totalmente satisfatória para esta questão. Mas acredito que rapidamente as empresas farmacêuticas irão apresentar uma solução, com drogas psicoativas, para alguns destes problemas atrás descritos. Todo o cuidado neste momento é pouco, quer na forma como deveremos abordar a questão problemática, quer pela forma como tentaremos resolver os problemas associados. Cabe a cada um de nós tentar fazer um uso razoável das redes sociais, de forma a que não prejudique as atividades normais e usuais do dia-a-dia.
27 SINAIS DE DEPENDÊNCIA DO TWITTER
Você pode estar a ficar ou ser viciado no Twitter, quando sete ou mais dos seguintes sinais acontecem em simultâneo consigo. Você:
- Fica muito excitado quando alguém o segue no twitter
- Sente como se fosse o fim do mundo quando o twitter fica inativo
- Envia tweets e retwets por e-mail para os amigos
- Pede aos leitores do seu blog para o seguirem no twitter, depois pede aos seus seguidores do twitter para fazer retweet do tweet
- Coloca mais tweets que artigos no blog, e passa de blogueiro a tweeter
- Passa grande parte do seu dia no twitter, desculpando-se a si próprio acreditando que está a fazer um ótimo serviço para os seus seguidores.
- Faz tweet no Twitter, prejudicando o seu trabalho ou emprego.
- Sente-se na lua ou no topo do mundo quando alguém faz retweets no seu tweet
- Faz pesquisas em tempo real no seu nome de Twitter e nos seus tweets.
- Faz continuamente refreshing na sua página de twitter à procura de novos tweets
- Inclui o seu perfil de Twitter na sua assinatura do gmail ou hotmail, ao invés do seu blog
- Imprime o seu Id do Twitter nos seus cartões de visita.
- Tem o twitter definido como homepage do seu browser
- Adiciona um aviso na frente da porta do escritório – “Estou no Twitter, Não perturbe”
- Usa mais de 5 contas de Twitter
- Adiciona seu nome no Twitter de alertas do Google para saber o que os outros estão falando sobre você
- Bloga muito sobre aplicações para o twitter
- Coloca na sua mensagem de estado: “Siga-me no twitter”
- Usa o Twoogle para procurar no Google e Twitter
- Incita constantemente os seus familiares e amigos a terem uma conta no Twitter
- Segue muitas pessoas no Twitter
- Apresenta-se a novas pessoas como Tweeter do que como Blogueiro, pessoa de negócios ou estudante
- Fica louco sobre o Twitter e anuncia em jornais, anúncios e em tudo quanto é sitio para segui-lo no Twitter.
- Coloca o seu Id do Twitter na porta da sua casa.
- Envia muitos SMS para todos seus amigos para segui-lo no Twitter
- Força a sua esposa/namorada para obter uma conta no Twitter e seguir você, ou então coloca a relação em cheque.
- Só usa roupa com logótipos do Twitter
CONCLUINDO
Apenas com estes dados não podemos concluir que possa existir uma crise nas redes sociais, mas quando quase metade dos usuários deste tipo de redes declaram utilizar o Facebook ou Twitter algumas vezes durante a noite ou logo pela manhã assim que acordam. Perante estas evidências temos de ponderar se estes utilizadores não sofrerão de algum tipo de vício das redes sociais. A partir deste estudo parece também evidente que este tipo de redes sociais começam a substituir as fontes convencionais de noticias.
quinta-feira, 15 de setembro de 2011
A visão de uma cidade segura
Um projeto bem-sucedido de cidade segura é, necessariamente, um projeto coletivo
Na última segunda-feira (12), teve início em Johannesburgo a "semana da segurança", uma série de atividades organizadas pelo governo local, incluindo consultas públicas, que devem pautar as políticas de segurança pública da cidade nos próximos anos.
A democracia sul-africana tem uma trajetória bastante distinta da brasileira e seus atuais desafios econômicos e sociais são igualmente diferentes daqueles enfrentados no Brasil. Isso não impede, no entanto, que Johannesburg partilhe muitas características dos grandes centros urbanos brasileiros: pode ser descrita como uma cidade fragmentada, onde certos bairros são segregados e concentram a maioria dos crimes.
Grupos sociais particularmente vulneráveis como mulheres ou jovens, falta de infraestrutura, profundas desigualdades econômicas e sociais e fácil acesso a armas de fogo completam o quadro de similaridades. E, assim como no Brasil, tudo isso convive com ilhas de segurança em bairros residenciais ricos, onde empresas de vigilância particular, muros altos e cercas elétricas proliferam.
Uma parte importante do planejamento do que seria uma cidade segura é a capacidade de visualizá-la.
É interessante como durante o processo de consulta em Johannesburgo a visão daquilo que seria uma cidade segura varia entre grupos sociais, faixa etária e gênero e não necessariamente está associada a medidas tradicionais de segurança tais como a atuação policial ou do Sistema de Justiça criminal.
É interessante como durante o processo de consulta em Johannesburgo a visão daquilo que seria uma cidade segura varia entre grupos sociais, faixa etária e gênero e não necessariamente está associada a medidas tradicionais de segurança tais como a atuação policial ou do Sistema de Justiça criminal.
Entre as imagens presentes no debate estavam uma cidade onde as mulheres possam voltar do trabalho ou saírem à noite para estudar sem medo de serem vítimas de violência ou uma cidade onde as famílias tenham mais ambientes de lazer.
Reformas no espaço urbano capazes de proporcionar maior mobilidade, acesso à cidade e aos seus equipamentos públicos ou melhor iluminação também aparecem como contribuições para aumentar o sentimento de segurança. Em alguns bairros, a escola foi apontada como o centro de uma comunidade saudável e segura.
Tão importante quanto a diversidade de visões, um processo de consulta como esse deixa claro que um projeto bem-sucedido de cidade segura é, necessariamente, um projeto coletivo.
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